sábado, 1 de setembro de 2012

Rádio Buzu - ELEIÇÕES, GRANA E PICARETAGENS


A placa, o voto, o churrasco ... e o preço

Os coletivos lotados da cidade têm sediado interessante debate sobre as eleições em Macaé. A galera espremida consegue fôlego pra falar de seus candidatos, de sua decepção com a política e reproduzir boatos e informações escutadas pelas ruas de Macaé. Embutida, vem, também, uma espécie de cotação popular dos valores pagos por placas, serviços e votos nestas eleições 2012.

Outro dia o assunto era o valor de R$ 600,00\mês por placa instalada em imóvel, pago por candidatos endinheirados na região serrana.  “Só isso”, desdenhou uma passageira:  “Na Barra, pagam até R$ 1.200,00”, explicando, em seguida, o grande volume de carros que passam pela ponte diariamente, e mostrando que o mercado popular eleitoral também obedece a regras de marketing. “Já ganhei R$ 3.000,00 numa eleição”, se gaba, encerrando o assunto antes de descer do ônibus.  É o povo que já elegeu as campanhas eleitorais como oportunidade de renda, como uma espécie de feira de negócios, realizada de dois em dois anos.

A última desta semana aconteceu num ônibus da linha Centro\Parque de Tubos: uma senhora contava para alguém sentado ao seu lado que, na semana passada, um poderoso candidato, promoveu, sem estar presente, uma “churrascada para amigos” com cerveja à vontade num distrito da região serrana.

Depois do pileque aplicado, duas pessoas ligadas a este candidato puxaram conversa nas mesas sobre os sonhos e desejos dos alterados convivas.  Segundo relatou a senhora, os desejos atendidos variaram de materiais de construção a aparelhos eletrônicos, além do pagamento em espécie de R$ 600,00 para a instalação de placas em suas residências.

Quando a Procura encontra a Oferta, nasce o mercado. Mesmo que ao arrepio da lei. Assim funcionam as coisas neste capitalismo de desigualdades e exclusões .  

Como salvaguardar o voto desse mercantilismo, é o desafio imediato, para que não morram, de vez,  todas as esperanças de uma política, finalmente limpa, um dia, quem sabe ...