sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Prefeitura tem projeto para despoluir Lagoa

Há décadas impactada pelo lançamento in natura de esgotos em suas águas, a Lagoa de Imboassica pode estar perto de sua redenção ambiental com o projeto de despoluição que saneará a maior parte dos bairros em seu entorno.

Segundo informações obtidas junto à Empresa de Saneamento Municipal (Esane), o projeto que permitira a despoluição da Lagoa faz parte do programa “Planejando Macaé”, e está relacionado ao funcionamento da Estação de Tratamento de Esgotos da Fazenda Mutum, construção de elevatórias, e recuperação e lançamento de redes em vários bairros.

Uma vertente do projeto contempla a captação do esgoto tratado por fossas filtros das residências nos bairros Morada das Garças, Vivendas da Lagoa e Cavaleiros, e sua transferência para o Canal do Capote, que se inicia no bairro da Glória e deságua no rio Macaé.

Para tanto estão sendo instaladas duas elevatórias, uma no bairro Cavaleiros, de frente para a entrada do bairro da Glória, próxima à guarita da Polícia Militar, e outra na entrada que dá acesso aos bairros Morada das Garças e Vivendas, próximo ao terminal rodoviário da Lagoa.

Outra vertente está relacionada ao funcionamento da ETE do Mutum, inaugurada em 2009 e desde então inoperante por falta de rede.

Segundo o projeto da Esane, esta Estação captará os esgotos do Bairro Mirante da Lagoa, cuja rede de captação está em processo de “realinhamento”; São Marcos; Recanto da Lagoa; parte do bairro Granja dos Cavaleiros, e das empresas próximas ao Parque de Tubos.

Os condomínios existentes e em construção já contam ou contarão com estações de tratamento próprias em obediência à legislação municipal, sendo que apenas um empreendimento em construção firmou parceria com a Prefeitura para construir uma rfede até a Estação do Mutum em troca da construção de uma estação própria.

Esgoto zero não vai ser agora

Este projeto, entretanto, não vai ser suficiente para zerar o descarte de esgoto in natura na Lagoa de Imboassica no curto prazo. O bairro Imboassica e parte do Novo Cavaleiros não possuem rede coletora de esgoto, não havendo projeto previsto para estes bairros no curto prazo.

Técnicos e ambientalistas, no entanto, estimam que este projeto de saneamento dos bairros do entorno da Lagoa de Imboassica, retire cerca de 70% do esgoto atualmente lançado in natura nas águas da Lagoa, um passo, que se for dado, ficará na história da cidade coroando os esforços de todos que lutaram no passado e continuam lutando pela saúde da Lagoa.



Porque a ETE do Mutum ficou desativada

A Estação de Tratamento de Esgoto da Fazenda Mutum foi construída como contrapartida ambiental voluntária da Prefeitura a um Termo de Ajuste de Conduta de diversas empresas situadas próximas à Lagoa de Imboassica, autuadas pela antiga Feema (hoje Inea) por operarem sem a licença ambiental.

No ano de 2006 o representante do órgão estadual, Renê Justem, propôs ao Ministério Público Estadual que essas empresas investissem num projeto significativo para o meio ambiente, em vez de pulverizarem os recursos de multas e contrapartidas em projetos individuais e de curto alcance.

Na época, Renê procurou o então secretário de Meio Ambiente, Fernando Marcelo, expôs a idéia, ficando decidido que o melhor projeto seria em favor do saneamento da Lagoa, ficando as empresas responsabilizadas pelo lançamento da rede coletora até a estação, e a Prefeitura responsável pela construção da ETE, acordo imediatamente aceito pelo Prefeito Riverton Mussi.

Várias reuniões foram feitas entre as empresas, o MP e a Feema, sem que se efetivasse o Termo de Ajuste de Conduta que beneficiaria a Lagoa, ficando esquecida a parceria proposta. A Prefeitura, no entanto, mesmo sem a obrigatoriedade judicial de fazer a obra, deu seguimento ao projeto de construir a Estação, com capacidade de atender a até 15 mil pessoas, e que deverá entrar em funcionamento até o mês de maio deste ano, depois de e reparadas lançadas todas as redes coletoras, conforme cronograma anunciado pela Esane

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